Filoxenia
Falemos hoje de uma palavra que nos deveria levar a pensar as questões da actualidade: filoxenia.
Trata-se de uma palavra de origem grega: φιλοξενία que significa hospitalidade.
Formada da união de φίλος “amigo” e ξένος “estrangeiro”, é, na sua etimologia, a amizade para com o estranho, o estrangeiro, o desconhecido.
Conceito muito caro aos antigos Gregos, hospitalidade era um princípio sagrado, uma exigência do pai dos deuses e dos homens, Zeus, que era muitas vezes chamado ZEUS XÉNIOS.
Sempre que alguém chegava a uma terra estranha, era recebido pelo dono da casa que o acolhia com todas as honras, antes mesmo de lhe perguntar o nome. O dever de hospitalidade cumpria-se no acolhimento de qualquer viajante que batesse à porta, dando-lhe tudo o que ele precisava, desde os cuidados de higiene à alimentação. Recebido como um hóspede de honra, só depois o estrangeiro diria, se quisesse, quem era e de onde vinha.
Da raiz da mesmo palavra ξένος “estrangeiro” vem um outro vocábulo contrário: xenofobia, aqui aliado a um outro, oposto a φίλος “amigo”, xenofobia.
Fobia (do grego φόβος "terror, medo") designa o "temor mórbido" de algo, de alguém, de alguma coisa. Este elemento grego está na raiz de muitas palavras e de muitos dos males da actualidade.
Imitemos os antigos Gregos e cultivemos a filoxenia.