"O assassinato de Sócrates" de Marcos Chicot
“Tal como os clássicos perderam o seu modelo de civilização, hoje podemos nós também perdê-lo”
A frase é do escritor espanhol Marcos Chicot, autor da novela “O assassinato de Sócrates”, em entrevista que pode ser lida aqui .
Admitindo que escreve as suas novelas para dar a conhecer alguma coisa aos leitores, ele que já é autor de outras obras, de que se destaca "O assassinato de Pitágoras", declara a sua admiração pela Grécia clássica:
“É uma época fascinante. É uma espécie de milagre, em muito pouco tempo num lugar muito concreto, produziu-se uma explosão prodigiosa nos campos principais do saber, da cultura, do pensamento e em muitos dos campos que consideramos a base da nossa civilização.”
Mas, acrescenta:
“Aquela civilização de quase dois mil e quinhentos anos é a mais parecida com a nossa. E isso tem que fazer-nos pensar que, tal como os clássicos perderam o seu modelo, hoje podemos perdê-lo nós.”
Sobre o seu último livro e o seu apreço por Sócrates:
“Todos os ensinamento de Sócrates têm plena vigência, desde a busca do conhecimento até conceitos como a justiça universal”
“Em épocas com um certo nível de progresso pensamos que só podemos caminhar para melhor e a História demonstra que não é assim. Nas situações críticas, quando a prioridade é a sobrevivência, os direitos perdem valor. As crises económicas transformam-se em crises sociais e em crises de valores.”
Por isso, quando questionado sobre o desaparecimento da filosofia do curriculum escolar, responde:
“Em geral o sistema capitalista, que é muito eficiente, trata de converter as pessoas em unidades de produção e de consumo. E o sistema educativo, infelizmente, está a converter-se num meio para isso. “